Sobre Moro e ofensas nas redes sociais
Que o ser humano é passional e pretensioso, é algo que todos nós sabemos, por experiência própria e pela história em geral.
E mesmo que nos faltassem essas fontes, ainda teríamos o dramaturgo Terêncio: “Nada do que é humano me é estranho”.
Ocorre que muitos exageram, sendo passionais e pretensiosos num grau expressionista que os mergulham num mundo paralelo com contatos apenas esporádicos com a realidade.
Os isentões, mais do que os esquerdistas assumidos, são especialistas em paroxismos.
O caso do Moro é o exemplo mais recente.
Em sua imensa maioria, os conservadores estão criticando Moro não pela sua boa atuação em áreas como o combate ao tráfico e a formatação do pacote anticrime.
Os conservadores respeitam essas realizações.
A crítica se concentra no fato inegável de ele [Moro] se esgueirar pelos muros do planalto para dar uma coletiva surpresa e de ataque ao presidente que o acolheu.
É coisa de um Brutus contemporâneo que desconhece Shakespeare e entendeu mal Hans Kelsen.
Sem contar a insistência de Moro numa política desarmamentista; o desinteresse na solução do caso Adélio; o vídeo de apoio ao uso de força policial para cercear o direito sagrado de ir e vir; e a surrealidade final de procurar a Globo para exibir prints ridículos, os quais irritaram até os esquerdistas, que se frustraram com as insignificâncias das “provas contra o presidente”.
Moro se desonrou por essas atitudes e ações, e não pelas coisas boas que fez, as quais todos reconhecem e admiram até hoje.
E agora um ditado popular no lugar de Terêncio:
“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
Tudo isso é tão claro e óbvio.
Mas a clareza não é um atributo dos habitantes da Isentolândia, de modo que vários isentões – e muitos de certo renome – estão se descontrolando e ofendendo pesadamente os conservadores que enxergam Moro como ele vem se revelando, e não como gostaríamos que ele fosse.
(por Marco Frenette | redes sociais)